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O objetivo primordial da Educação é dotar o homem de instrumentos culturais capazes de impulsionar as transformações materiais e espirituais exigidas pela dinâmica da sociedade. A educação aumenta o poder do homem sobre a natureza e, ao mesmo tempo, busca conformá-lo aos objetivos de progresso e equilíbrio social da coletividade a que pertence.
Em consonância com o magistério dado a lume por Motta (1997, p. 81),
O objetivo primordial da educação é despertar e proporcionar o crescimento da criticidade (entendida esta como a capacidade de crítica da história, da realidade e das ideologias e de autocrítica) e da criatividade, que impulsionam o homem a tentar a conquista, por si mesmo e com seus semelhantes, da sua liberdade e a evoluir, no mundo e com o mundo, descobrindo o micro e a macrocosmos, inventando interferências e transformações na realidade, e transcendendo a si mesmo, tendendo para sua plena realização. (MOTTA, 1997, p. 81).
De acordo com Benevides (1996), o processo educacional implica uma sucessão de atos no tempo, um sentido de continuidade, que pode ser considerado de modo integral.
Destarte, acompanhará o ser humano em toda a sua vida. Ele pode ainda ser considerado em etapas, ou aspectos; ou períodos de tempo; ou episódios formais, como os relativos à administração de ensino em estabelecimentos especializados.
O bom-senso de formação, de transformação ou mudança de comportamento aponta para um objetivo a ser alcançado no processo educacional.
Através do processo educativo, o ser humano incorpora os conhecimentos relevantes e as posturas eleitas pela sociedade, de modo que todo processo educacional sempre faz uma transmissão de valores e o atingimento de objetivo, que pode ser até mesmo viabilizar a submissão a um sistema político dominante e impedir atitude de crítica à ideologia que sustenta esse mesmo sistema político (BENEVIDES, 1996).
Enquanto dinâmica social, o processo educativo deve proporcionar a elaboração e o domínio, por parte dos indivíduos e dos grupos, de novos modelos ou formas de indagação da realidade, de modelos valorativos e
normativos para a ação e de formas de comunicação e expressão que afiancem a vinculação e coesão do grupo ou comunidade. Em essência, o processo educativo consiste na permanente transformação dos comportamentos para uma compreensão cada vez mais integral e uma ação cada vez mais solidária sobre o mundo, em sua totalidade física, biótica e antrópica (CRUZ, apud CASAS ARMENGOL, 1986).
De acordo com o magistério de Montessori (s/d, p. 90):
A educação crítica considera os homens como seres em devir, como seres inacabados, incompletos em uma realidade igualmente inacabada e juntamente com ela... O caráter inacabado dos homens e o caráter evolutivo da realidade exigem que a educação seja uma atividade contínua. A educação é, deste modo, continuamente refeita pela práxis. Para ser, deve chegar a ser. O diálogo é o encontro entre os homens, mediatizados pelo mundo, para designá-lo.
REFERÊNCIAS
BENEVIDES, Maria Victoria. Educação para a cidadania. Lua Nova, São Paulo, n. 38, p. 223-237, dez. 1996.
CASAS ARMENGOL, Miguel. Universidad sin clases: educación a distancia em América Latina. Caracas: UNA/Editorial Kapelusz, 1986.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
MONTESSORI, Maria. Formação do homem. Rio de Janeiro: Portugália Brasil, s/d.
MOTTA, Elias de Oliveira. Direito educacional e educação no século XXI. Brasília: UNESCO, 1997.
PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. 5 ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1987.
REIS, Ana Maria Viegas. Ensino a distância... megatendência atual: abolindo preconceitos. São Paulo: Imobiliária, 1996.
SUCUPIRA, Newton. Relações entre o conselho federal de educação e os conselhos estaduais. In: REUNIÃO CONJUNTA DOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO, Brasília. [Trabalhos apresentados...]: Brasília: MEC, 1993 ou 1994.
TURA, Maria de Lourdes Rangel (Org.) et al. Sociologia para educadores. Rio de Janeiro: Quartel, 2001