Caçador- Santa Catarina - Portal CDR - contato@portalcdr.com.br
Quando consideramos que estamos “com saúde”? Quando podemos continuar fazendo tudo o que estamos acostumados a fazer: acordar para trabalhar ou estudar; praticarmos os esportes ou atividades que sempre fazemos;; poder continuar a comer o que gostamos e o quanto gostamos; alcançar uma boa performance sexual sempre que desejamos etc. ou seja, a ideia de “saúde” está inextricavelmente ligada ao uso, à atividade do corpo, de maneira que em caso de qualquer interrupção destas atividades, aplicamos a palavra contrária: doença. Com isso, temos uma coisa mais ou menos assim: a doença é o que nos dificulta ou impossibilita de efetuarmos nossas atividades normais. Sob tal enfoque, a medicina direciona suas pesquisas e as consequentes intervenções farmacológicas ou cirúrgicas: fazer com que a pessoa retorne suas atividades. Vendo apenas a parte doente daquilo que “funcionava”.
No nosso cotidiano as pessoas estão trabalhando, estudando, se alimentando, amando... mas fazem tudo isso sem notar sua própria existência enquanto vivem. Não percebem as escolhas que fazem, não se responsabilizam por elas, não atentam para os seus próprios limites físicos, morais, espirituais e – por consequência – sequer vislumbram os mesmos limites correlatos à ótica ecológica: um desenvolvimento sustentável; uma utilização do ambiente de forma a conservá-lo e não uma forma predatória.
Saúde implica em um movimento para a vida – não para o consumo, uso ou desperdício – mas para o contato, para as trocas, para o crescimento sistêmico, integrado não só entre “nós” – ah! Essa vaidade humana de só olhar para os seus iguais... – mas com o “nós”, que premia cada uma das singelas partes da existência com o reconhecimento de sua importância: o ar que respiramos, os animais e plantas com os quais compartilhamos o mesmo planeta, nossas águas, nosso futuro.
Assim, uma ideia de um “corpo saudável” é muito louvável, mas para respirar que ar? Para se alimentar de quê? Para manter-se são às custas de estar insensível à miséria alheia, à ausência de ética e à violência? Como podemos viver alienados de tudo o que nos cerca?