Caçador- Santa Catarina - Portal CDR - contato@portalcdr.com.br
O planejador educacional deve possuir conhecimento de toda a realidade educacional e dos atores envolvidos no processo de planejamento. Gandin (1999) sustenta que planejar consiste em construir a realidade desejada, não é apenas organizar a realidade existente e mantê-la em funcionamento mas, sim, transformar esta realidade, construindo uma nova.
Ainda em relação à importância do conhecimento da realidade escolar para a construção do planejamento, Gandin (1999, p. 58) afirma:
Como alguém que construísse uma casa: há uma realidade existente, composta pelo terreno e pelos recursos; e há uma realidade desejada, a casa; todo o processo consiste em, na tensão entre estas duas realidades, construir a realidade idealizada ou, pelo menos, aproximar-se dela ao máximo. É bom insistir que o planejamento não é só fazer a planta e administrar os recursos, mas é, antes de tudo, esclarecer o ideal, o sonho, o que sempre envolve a discussão de valores e de sua hierarquia.
O planejamento educacional dos diversos níveis escolares deve ser o instrumento direcional de todo o processo educacional, visto que ele apresenta condições de estabelecer e determinar as grandes urgências, de indicar as prioridades básicas e de ordenar e determinar todos os recursos e meios necessários para a consecução das metas da educação. (MENEGOLLA; SANT’ANA, 2000).
O planejamento educacional torna-se indispensável, tendo em vista os objetivos da educação, mesmo porque consiste no instrumento fundamental para que todo o processo educacional desenvolva a sua ação, num todo unificado, integrando todos os recursos e direcionando toda a ação educativa.
De acordo com Menegolla e Sant’ana (2000), é o planejamento educacional que determina as finalidades da educação, com base em uma filosofia e em determinados valores educacionais.
Somente com a elaboração do planejamento se pode estabelecer o que se deve realizar para que essas finalidades possam ser alcançadas, e analisar como se pode colocar em ação todos os recursos e meios para atingir os objetivos a que se propõe a educação. Portanto, o planejamento educacional deve ser entendido e visto como um instrumento educacional a nível nacional, estadual, regional ou no âmbito escolar. (MENEGOLLA; SANT’ANA, 2000).
Nesse sentido, torna-se relevante que o planejador educacional implemente na escola o planejamento participativo. O primeiro desafio do planejador situa-se em torno do fato de como alcançar ou conseguir a participação no processo de planejamento dos segmentos escolares, ou seja, como se consegue, de fato, que as decisões possam ser tomadas de modo socializado. (PADILHA, 2001).
O primeiro passo rumo ao planejamento participativo é abrir a escola de forma efetiva para os diferentes segmentos envolvidos de forma direta ou indireta no processo educativo, convidando-os a participar de todos os momentos em que, na escola, forem desencadeados processos decisórios.
Para isso, conforme Padilha (2001), é importante estabelecer algumas regras claras sobre como se dará essa participação, sobre como as decisões serão democraticamente tomadas e em que cada segmento poderá contribuir nesse processo de planejamento (atividade-meio) com vistas à elaboração do projeto da escola (atividade-fim). A participação deve ocorrer em todas as etapas do processo de planejamento, ou seja, desde a sua concepção até a sua execução,avaliação e replanejamento.