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NA CÂMARA

Beto Comazzetto contesta suposta dívida deixada por seu governo

Ex-prefeito fez uso da Tribuna Livre para dizer que o valor divulgado pela atual administração, de R$ 37 milhões, não é verdadeiro

05/04/2017 às 17:57

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O ex-prefeito de Caçador, Gilberto Amaro Comazzetto, fez uso da Tribuna Livre durante a sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (4). O principal objetivo foi contestar os números apresentados pela atual Administração Municipal, referente à suposta dívida deixada pelo seu mandato, de aproximadamente de R$ 37 milhões.
Segundo ele, a manifestação foi feita somente agora porque esperava pelo balanço final dos números de 2016, a fim de se pronunciar baseado em documentos.
Durante o seu pronunciamento, o ex-prefeito afirmou que não existe o montante de déficit divulgado pela imprensa e criticou os veículos de comunicação que, segundo ele, apresentaram os números sem ouvir a sua versão sobre os fatos. “Fechamos o último ano com um superávit orçamentário de R$ 18 milhões, onde, em 2016, para cada R$ 1,00 de despesa prevista, o Município contraiu R$ 0,94. Além disso, consta em ata que em 1º de janeiro deste ano, ao fazermos a transição de governo, anunciamos o montante de R$ 9 milhões em caixa”, frisou o ex-prefeito, confirmando, no entanto, cerca de R$ 7,1 milhões de dívidas com fornecedores.
Beto disse ainda que no período em que esteve como prefeito efetuou o parcelamento de pendências junto ao IPASC, as quais se arrastam desde o governo de Fernando Driessen, bem como financiamentos junto ao Badesc, aprovados pela Câmara de Vereadores e ratificados pela Secretaria do Tesouro Nacional, ao constatar que o Município possui capacidade de endividamento. “São valores que estão por pagar e não se pode ser englobado como dívidas deixadas, como foi divulgado, já que ainda não venceram e os financiamentos são em até 60 meses. Além disso, quando aprovados foi constatado que o Município teria condições de quitá-los”, afirmou.
“Esses financiamentos não foram exclusividades do meu mandato, visto que também paguei alguns efetuados pelo atual prefeito em seu mandato anterior. Infelizmente, não há como fazer obras sem efetuar empréstimo”, completou.
No final da explanação, Beto entregou ao presidente Rubiano Schmitz cópia da documentação usada como base para a sua manifestação.
Números serão analisados
Rubiano informou aos presentes que pretende fazer um estudo minucioso dos números apresentados por Beto e também pela administração municipal, visto que há divergências entre os balanços apresentados. “Quando este trabalho estiver finalizado farei uso da Tribuna Livre para abordar o assunto, inclusive, convidarei o senhor para estar presente e, se desejar, fazer o uso da palavra novamente”, disse, referindo-se ao ex-prefeito.
O presidente ainda contestou algumas falas de Beto. Uma delas, quando afirmou que as contas do prefeito Saulo Sperotto seriam aprovadas sem ressalvas pela Câmara por ter a maioria na Casa. “Discordo com esta afirmação porque desde o início do meu mandato tenho dito que queremos uma relação harmônica com o Executivo, porém, somos independentes. Caso as contas do Prefeito Saulo venham com parecer pela rejeição do Tribunal de Contas, vamos analisar com responsabilidade e dar o nosso parecer, sem cores partidárias”, frisou.
Opiniões divergentes
Já a vereadora Cleony Figur disse ter um entendimento diferente quanto aos parcelamentos. Para ela, mesmo que os valores contraídos estejam no prazo de pagamento até 2020, os recursos das parcelas sairão dos cofres do Município, comprometendo os orçamentos dos próximos anos, por tanto considera dívida contraída.
Ela também destacou que os números relacionados ao balanço final enviado pela prefeitura e os números apresentados na audiência pública do 4º quadrimestre referentes ao exercício de 2016 não são os mesmos. “Temos divergências no que se refere as despesas gerais, e em setores como saúde e educação, por exemplo. Não poderia a meta do quadrimestre ser diferente da do balanço”, indaga.
Esclarecimentos importantes
O vereador Alcedir Ferlin destacou que partiu dele o convite para a vinda do ex-prefeito à Câmara, ressaltando que sua fala foi esclarecedora e solicitando que o balanço entregue à presidência da Casa fosse encaminhado também aos demais vereadores.
Outras manifestações
Além dos vereadores citados, o líder do prefeito, Moacir D’Agostini também fez indagações. “Pelos números apresentados os valores que o Município terá de pagar até 2020 chega a R$ 35 milhões”,.
Além de Moacir, os vereadores Marcos Creminácio, Neri Vezaro e Márcio JF também se pronunciaram. 

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