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ARTE EM TODA PARTE

Grupo de Teatro Temporá já apresentou espetáculos em mais de cem cidades

16/07/2016 às 23:16

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Criado em 1990, o Temporá é um dos mais antigos grupos caçadorenses de teatro ainda atuante. Foi formado por universitários e coordenado por Avito Correa, primeiro diretor da Cia.

Naquela época, falava-se muito pouco sobre a Guerra do Contestado e o grupo foi criado, principalmente, com a intenção de apresentar a peça “O Contestado”, de Romário Borelli.

A peça foi apresentada de 1990 a 2007 em mais de 70 municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e deu origem a um dos maiores espetáculos do estado de Santa Catarina: “O Contestado – Fúria Cabocla”, em 2005, apresentado por mais de trezentos atores, sendo dois deles de reconhecimento nacional, Tarcísio Filho e Werner Schünemann.

O espetáculo foi prestigiado por mais de vinte e cinco mil espectadores. “Hoje, o Contestado ganhou boa visibilidade devido ao grupo Temporá. Na peça, apresentamos a Guerra do Contestado contada pelos olhos daqueles que perderam, os caboclos. É uma visão do caboclo sobre todo o processo da guerra. Começamos o espetáculo com 56 pessoas nos ensaios e foi crescendo”, conta Adilson José Panatta, diretor do grupo.

Apresentada por quinze anos, a peça “O Contestado” sempre foi o carro-chefe do grupo, que nunca deixou de a apresentar.

Em 2005, com a peça “A Fúria Cabocla”, o grupo participou do maior espetáculo de teatro ao ar livre. “A ideia surgiu devido a primeira apresentação da Paixão de Cristo, no término da apresentação, nós nos questionamos porque não retratávamos a nossa história, assim como foi retratada a Paixão de Cristo, também ao ar livre. O Romário Borelli já tinha vindo pra cá e a gente começou a articular para organizar a Fúria Cabocla. Ela teve vários pontos positivos, foi um marco da questão histórica cultural do município, porém ela teve também pontos negativos. Na época, Gilmar Knaesel, que foi preso recentemente, era o Secretário de Estado da Cultura e na peça Fúria Cabocla foi utilizada verba do fundo social e não prestaram contas até hoje”, conta Panatta.

De acordo com ele, a história da Fúria Cabocla tornou-se maior que a história do próprio grupo. “Foram cinco espetáculos apresentados em Caçador, no espaço onde hoje é ocupado pelo Parque Central, em frente a rodoviária. Em torno de 30 mil pessoas assistiram, cerca de 300 pessoas participaram da peça, foi uma super produção”.

É considerada, em termos de história, a maior apresentação ao ar livre do Brasil. Contou com a participação do trem, da réplica real do avião que foi derrubado na guerra, canhões, metralhadoras e diversos adereços. “A Fúria Cabocla, o nome já diz tudo, pois mexeu com o contexto social do município, mexeu com as pessoas. Quando terminou a apresentação, os caras recolheram tudo, se apropriaram do evento, porque eles não queriam aquilo. Em 2005 não fazia nem 100 anos do fim da guerra, e 100 anos é muito recente”, afirma Hélio Pires, professor e membro do Temporá.

Passada a fúria, em todos os sentidos, o Temporá continuou o seu trabalho na área teatral.

Desde 2001, o grupo apresenta o espetáculo “Auto de Natal”, junto com A Cabanha. Outro evento tradicional e permanente do Temporá, que foi criado em 2004 é a “Paixão de Cristo”.

Já em 2007, reforçando o teatro de palco, investiu-se nas peças Bicho de Sete Cabeças e Auto da Compadecida, contemplado com um projeto do governo de Santa Catarina para turnê em oito municípios.

Em 2008, o grupo recebeu o selo Prêmio Itaú/Unicef pela contribuição na educação de crianças, adolescentes e jovens, dando início as peças “O Marinheiro”, “Namoro” e “Pílula Falante”. Neste mesmo ano, o grupo de Teatro Temporá teve sua participação no Santa Catarina em Cena, participando das gravações cinematográficas do “O Monge e o Exército Encantado”, pela RBS TV.

Em 2009, participou do Festival de Teatro de Joaçaba (Festejo) com as peças Namoro e O Marinheiro, em que ganhou a estatueta em sonoplastia.

A peça “Na Roça”, foi montada em 2010, junto com a primeira edição de “O Casamento Caipira”, na Linha Cará, e a partir de 2011, se tornou evento tradicional até os dias de hoje, sendo realizada no Quiosque do Scolaro, junto à encenação do Nascimento de São João.

O grupo também fez filmagens publicitárias para as Olímpiadas de Língua Portuguesa.

Em 2012, recebeu Placa Alusiva de Reconhecimento pela luta de resgate da história do contestado, na Câmara dos Deputados Federais de Brasília.

Atualmente, além dos espetáculos ao ar livre, o grupo vem apresentando e desenvolvendo as peças: Bicho de 7 Cabeças em Fúria, Ógeninha, bem como, projetos culturais de grande importância, como Park Cidade Cenográfica Contestado – Fúria Cabocla.

Uma das metas atuais do grupo é obter o título de utilidade pública para que o Temporá possa continuar viabilizando projetos que desenvolvam a história e cultura local. 

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