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Cultivares Luiza, Venice e Elenise são alternativas ao produtor catarinense que pode ampliar o calendário de colheita
O lançamento oficial de novas variedades de maçãs marcou o primeiro dia do 14º Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado (Enfrute), na terça-feira, 28, em Fraiburgo. As cultivares Luiza, Venice e Elenise foram desenvolvidas por pesquisadores da Estação Experimental da Epagri de Caçador, e têm como objetivo oferecer mais opções aos produtores catarinenses.
De acordo com o pesquisador Marcus Vinicius Kvitschal, as três novas variedades são resultados do programa de melhoramento genético da maçã, que existe há 15 anos. O diferencial está na época de maturação, permitindo o escalonamento da colheita e menor custo de produção.
“As cultivares de maçãs mais produzidas hoje no Brasil são a Gala e a Fuji. O objetivo da pesquisa é oferecer alternativas para o produtor trabalhar antes, no intervalo e depois da época dessas variedades mais comuns”, explica o representante da Epagri.
A maça Elenise, por exemplo, é de maturação tardia para a segunda quinzena de abril, depois da época da Fuji, que encerra em março. “Com o oferecimento dessa variedade, esperamos que o setor produtivo possa ampliar o calendário de colheita, o que hoje não acontece no Brasil”, afirma.
De acordo com Marcus Vinícius, as outras variedades apresentadas no Enfrute também são diferenciadas nesse aspecto. “Temos a Luiza, que é de maturação precoce, antes da colheita da Gala, e a Elenise, caracterizada pela maturação de meia estação”, acrescenta o pesquisador, apostando em uma redução de custo ao produtor com relação à mão de obra.
Em números, a pesquisa representa dobrar o período de colheita da maçã que hoje varia de 2 a 2,5 meses para 4 a 4,5 meses, entre final de janeiro e início de maio.
Além disso, as novas maçãs apresentadas no Enfrute mostraram outros diferenciais: resistência as principais doenças da fruta e boa adaptação ao clima das regiões Meio Oeste e Planalto Catarinense. Também chamam a atenção pela crocância e a suculência.
As variedades Luiza, Venice e Elenise já estão devidamente registradas no Ministério da Agricultura. A expectativa é que as primeiras mudas cheguem ao mercado no próximo ano.
No ano de 2011 pesquisadores da Epagri de Caçador desenvolveram a Daiane, cultivar de maçã que pode ser plantada em climas um pouco mais quentes.
Enfrute
Um dos eventos mais importantes da fruticultura brasileira acontece em Fraiburgo, no Parque da Maçã, entre 28 e 30 de julho. O 14º Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado (Enfrute) deve atrair cerca de mil participantes vindos de diversas regiões brasileiras e do exterior. O evento é promovido pela Epagri em parceria com a Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp) e a Prefeitura Municipal de Fraiburgo.
O Enfrute é um fórum de apresentação e discussão de novas tecnologias para as cadeias produtivas de maçã, pera, uva, caqui, kiwi, ameixa, pêssego e nectarina. “Por reunir especialistas de renome na área, o evento busca trazer as últimas informações das inovações tecnológicas desenvolvidas ou em desenvolvimento no Brasil e no mundo”, destaca o gerente da Estação Experimental de Caçador, Renato Vieira.
Ao longo das 13 edições do evento, foram apresentadas mais de 70 palestras internacionais e 300 nacionais, totalizando mais de 12 mil participantes.
Fruticultura em Santa Catarina
Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os maiores produtores brasileiros de frutas de clima temperado, representando mais de 95% do total. Santa Catarina responde por 60% da produção e o Rio Grande do Sul por 35%. A liderança do Sul do Brasil se explica porque as plantas de clima temperado cultivadas no País exigem um determinado número de horas com temperatura igual ou inferior a 7,2°C para que haja brotação e floração uniformes.
Nos três estados do Sul, a fruticultura de clima temperado gera mais de 52 mil empregos diretos e 85 mil indiretos. O principal destaque é o cultivo da maçã, que sustenta quase 140 mil empregos ao longo de toda a cadeia produtiva no Brasil. A cultura da maçã é o grande suporte econômico de uma série de cidades nos estados sulinos, aponta Renato Vieira.
Santa Catarina conta com 2.177 unidades produtoras, de acordo com a Associação dos Produtores de Maçã e Pera do Estado (AMAP). Elas estão divididas entre pequenos e médios fruticultores, produtores cooperados e empresas.
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