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Em Caçador 35 produtores de tomate aderiram nos últimos anos a um novo sistema de produção implantado pela Secretaria Municipal de Agricultura da Prefeitura de Caçador, que atua em parceria com a EPAGRI. O Sistema de Produção Integrada de Tomate (SISPIT) tem como objetivo diminuir o número de pragas e doenças nas lavouras. Além disso, a safra pode ser esticada até que a primeira geada ocorra. Em Caçador as pesquisas aplicadas em pequenas propriedades rurais já chegam ao quarto ano e mais uma vez o modelo está sendo aprovado.
Os produtores vivem no momento o auge da colheita, no entanto, o clima não tem colaborado. As chuvas diárias têm prejudicado a safra, pois o clima se torna ideal para o desenvolvimento de alguns fungos e doenças nos pés de tomateiro. Para tentar controlar a situação e minimizar os efeitos, as visitas dos engenheiros agrônomos da Prefeitura as unidades demonstrativas tem sido intensificadas nos últimos dias. As orientações aos produtores são na tentativa de minimizar o problema e sobre o melhor manejo para a próxima safra.
De acordo com a engenheira agrônoma da Secretaria de Agricultura, Michele Basegio, todos os produtores estão enfrentando problemas, porém, os que não fazem uso do SISPIT passam por maiores dificuldades. “Por meio do SISPIT as aplicações dos produtos químicos acontece de maneira controlada. Nos modelos tradicionais, os pés e os frutos recebem diariamente agrotóxicos, com esse sistema, a aplicação diminui em até 50%. Isso significa menos agrotóxico e custos menores”, afirma.
O pesquisador da EPAGRI, Walter Becker explica que o ano de 2015 está sofrendo os efeitos do fenômeno El Niño. Nesses períodos é normal o surgimento de doenças, como por exemplo, xanthomonas e a requeima, que prejudicam o desenvolvimento dos pés. “Em se tratando desses tipos de problemas é muito difícil o controle, precisamos pensar no manejo para evitar que elas apareçam e se desenvolvam”, explica.
Mesmo com esses empecilhos encontrados nessa safra, os produtores se demonstram animados e compreendem que os problemas enfrentados são riscos existentes em qualquer cultura. Na Linha Suzin, distante cerca de 12 quilômetros do centro de Caçador, está a propriedade de uma das famílias que faz parte do SISPIT. Fabiano Suzin trabalha com o plantio de cerca de oito mil pés de tomate há dez anos. Leva as orientações dos engenheiros agrônomos a sério. “Não é por causa de um ano em que a produção não foi tão boa que vamos desistir”, diz.
O município de Caçador é o maior produtor de tomate de Santa Catarina, cerca de 400 propriedades trabalham com a cultura. No ano passado a safra foi equivalente 82 mil toneladas. A expectativa da Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Caçador é de que a adesão ao SISPIT aumente a cada ano, pois existe a intenção de que o sistema possibilite a rastreabilidade do produto. Para o produtor isso significa produzir com menos custos financeiros e mais orientação, já para o consumidor, é a certeza de levar para casa tomates com menos agrotóxicos.
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