AGRICULTURA

Secretaria apresenta técnicas para Conservação do Solo

14/04/2014 às 23:38

Neste dia 15 de abril comemora-se o Dia Nacional da Conservação do Solo, instituído no ano de 1989 através da Lei 7.876. Este dia tem o objetivo de debater a importância do solo, como elemento básico na produção agropecuária, e a necessidade do seu uso de forma correta, preservando o sustento das futuras gerações. Devido a isso a Secretaria Municipal de Agricultura da Prefeitura de Caçador apresenta técnicas que contribuem para a sustentabilidade do solo.
De acordo com o secretário de Agricultura, Eduardo Scapinelli, “o solo é um bem da nação e devemos conservá-lo, pois com simples atitudes podemos ajudar a natureza, evitando a erosão, compactação e a morte dos microrganismos benéficos do solo. Com isso ajudamos a manter a fertilidade, diminuindo custos de aplicações de fertilizantes e aumentando a produtividade. Assim todos ganham, pois o agricultor ajuda o meio ambiente com métodos simples e diminuindo custos de produção”.
O secretário também afirma que os cuidados com o solo evitam o fenômeno de erosão que consiste na perda das partículas do solo. “Entre os fatores desta causa estão: a força das chuvas, a inclinação dos terrenos e a falta de cobertura vegetal no solo. As consequências da erosão são a diminuição da fertilidade da terra; o assoreamento dos rios; a queda de barreiras em estradas; e o desperdício, pois os adubos e corretivos usados são levados”, completa.
Confira técnicas para o bom uso do solo:
Adubação verde: é o cultivo de plantas com boa capacidade na produção de palha para cobertura do solo. Entre os benefícios desta técnica estão: a dificuldade da germinação de sementes de plantas daninhas; o favorecimento na reprodução de organismos do solo benéficos às lavouras; impedimento do impacto das gotas da chuva que causam a erosão e compactação do solo; o aumento da infiltração da água no solo; e descompactação do solo pelas raízes das plantas usadas como adubos verdes.
Consórcio de adubos verdes: ou plantas de cobertura, como essas espécies também podem ser chamadas, controla a velocidade da decomposição e liberação de nutrientes dos restos de cultivos. A reciclagem acontece em função do sistema radicular dessas plantas, que retiram os nutrientes das camadas mais profundas do solo, transformando-os em material orgânico posteriormente liberado na superfície. Algumas espécies recomendadas para adubação verde são: Aveia preta: ela regenera a sanidade do solo, diminui a população de patógenos, além de aumentar o rendimento das culturas de verão. Nabo forrageiro: com seu sistema radicular pivotante, ou seja, uma raiz principal que penetra verticalmente no solo é capaz de romper camadas compactadas com profundidades superiores a 2,5 m.
Plantio direto: é o processo de semeadura em solo não revolvido, onde se procura mantê-lo sempre coberto por plantas ou palha. A presença da palhada protege o solo do impacto das gotas de chuva ou da irrigação e favorece também o controle de plantas daninhas. Ela também permite bom desenvolvimento do sistema radicular das culturas.
Essa técnica eleva o nível de carbono no solo, aumentando a capacidade do mesmo em filtrar e estocar água, pois ele tem relação direta com a melhoria da porosidade.
Rotação de cultura: consiste em alternar a cada safra o cultivo de plantas de diferentes famílias em uma mesma área, contribuindo na recuperação do solo, pois permite que ele seja explorado em diversas profundidades pelas raízes, melhorando as suas características. Esta prática também auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas. São da mesma família do tomate o pimentão, a batata e a berinjela. Espécies com semelhança em suas características físicas, necessidades nutricionais e suscetibilidade a doenças e pragas de solo e da parte aérea. Como opção para a safra seguinte a cultura da cebola, aproveitando-se a adubação residual do tomate ou de milho, que é uma gramínea que contribui muito na reciclagem de nutrientes do solo.
Amostragem do Solo: realizar a correta amostragem do solo para realização de sua análise química e seguir a recomendação de calagem e adubação baseada no resultado dessa análise, para obter produtividades rentáveis. Finalizada as colheitas, é o momento de coletar as amostras de solo para análise, a fim de que sua correção e preparo seja feito a tempo para o estabelecimento do próximo plantio. O ideal é realizar este procedimento todos os anos, a fim de acompanhar a curva de fertilidade do solo. Deve-se coletar amostras simples em 10 a 20 pontos ao acaso em cada talhão com mesmo tipo de solo, topografia, vegetação e histórico de utilização. Misture bem as amostras simples, formando uma amostra composta. Deixe secar e separe 500g para envio. A profundidade de coleta de cada amostra simples varia de acordo com a cultura e o sistema de plantio. No sistema de preparo convencional em culturas anuais, a profundidade de coleta da amostra é de 20 cm. Na implantação de culturas perenes, em alguns casos, há necessidade de coletar amostras na profundidade de 20 a 40 cm, além da camada de 0 a 20 cm. Após o plantio, para reavaliar a fertilidade, retirá-se apenas da camada de 0 a 20 cm. Em sistema de plantio direto estabelecido, a profundidade da amostra é de 0 a 10 cm e recomenda-se o uso de pá de corte ou trado calador no sentido transversal a linha de adubação para a coleta das amostras.
Plantio em nível: medida simples de controle da erosão, com impacto expressivo na contenção das perdas de solo das lavouras. Os sulcos de plantio e as fileiras das plantas, quando em nível, se constituem em pequenas barreiras que favorecem a infiltração da água no solo e detém parte da enxurrada que se forma. Abandone as culturas anuais em terrenos de declive acentuado e proteja o solo destinando estas áreas apenas à pastagem extensiva ou a florestas. Proteja o solo da entrelinha dos pomares com cobertura vegetal, pelo menos durante o inverno até a brotação. Essa cobertura poderá ser cultivada ou de vegetação espontânea. Se tiver necessidade de destruir a vegetação da entrelinha aplique o herbicida devidamente recomendado, deixando a vegetação morta sobre o solo, protegendo-o e evitando a perda de água. Se cortar a vegetação mecanicamente, deixe-a sobre o terreno. Além de contribuir na proteção do solo, aumentará o nível de matéria orgânica do mesmo.

Algumas medidas para reduzir a compactação do solo:

Evite as mobilizações frequentes do solo para evitar a formação de crostas;
Evite transitar em solos com elevado teor de umidade. Para detectar a condição de umidade ideal para o seu preparo, pegue um torrão, coletado na profundidade média de trabalho, e pressione entre os dedos polegar e indicador. Ele deverá se desmanchar sem oferecer resistência.
Alterne o tipo de equipamento de mobilização do solo, variando a profundidade de trabalho, de modo a minimizar a compactação abaixo da superfície.

Outras estratégias para o bom uso e manejo do solo e da água:

Recomposição da mata ciliar: proteção em torno das nascentes e ao longo dos rios através de florestas. Também é importante implantar florestas em topos de morros, terrenos acidentados e na recuperação de áreas degradadas.
Diminuição do trânsito e da sobrelotação de animais através da divisão da área de pastagem em piquetes, colocando bebedouros e implantando bosques nos mesmos.
Enriqueça seu solo em matéria orgânica. Ela favorece a estrutura física do solo, torna-o mais estável, facilita a circulação da água e do ar, bem como a penetração das raízes, e diminuindo os riscos de erosão. Constitui fonte de nutrientes para as plantas e também melhora a capacidade de retenção dos mesmos. Aumenta a capacidade de fixação de certos elementos tóxicos para as plantas que, assim, os absorvem em menores quantidades. Melhora a atividade biológica do solo e contribui na fixação de dióxido de carbono, reduzindo a sua concentração na atmosfera.