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Psicóloga explica que o apoio especializado proporciona mais leveza ao processo de cura
A expectativa atual de vida das brasileiras é de 79,9 anos, enquanto a dos brasileiros é de 72,8 anos, o que dá uma média de 76,3, conforme os últimos dados divulgados pelo IBGE em 2019. O relatório também aponta que, para ambos os sexos, a maior esperança de vida ao nascer foi observada em Santa Catarina: 79,7 anos. Mas por que mulheres vivem mais do que os homens? Não há uma única resposta, pois existem fatores internos (biológicos) e externos (como acidentes). Mas um fato pode ajudar a explicar: o senso de cuidado. Historicamente tem cabido às mulheres os cuidados com a casa, os filhos, a alimentação, as idas sistemáticas ao médico. Ou seja, os homens tendem a dar menos atenção ao autocuidado. Por isso, um ponto a ser observado neste Novembro Azul, de prevenção ao câncer de próstata, é a importância do apoio psicológico.
Por serem muito cobrados para demonstrar sempre força e coragem, boa parte da população masculina esconde seus medos e inseguranças. Isso pode acontecer mesmo diante de uma doença grave, como o câncer. E o apoio de familiares e amigos próximos é essencial, assim como buscar ajuda psicológica contribui positivamente, pois tudo que acomete o físico repercute no emocional.
“Estudos apontam que pacientes que tiveram acompanhamento psicológico durante o tratamento do câncer tiveram melhora do seu estado de saúde e mais tolerância aos efeitos adversos”, explica a psicóloga Patrícia Sanches, do programa Sua Saúde, iniciativa da Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS) de incentivo à qualidade de vida e à promoção da medicina preventiva.
“O apoio psicológico, a partir do espaço de escuta, acolhimento e reflexão advindos desse acompanhamento, traz benefícios, como bem-estar emocional, maior conhecimento sobre as emoções e sentimentos, além de alívio da carga emocional atrelada a toda essa situação”, salienta Patrícia. A psicóloga observa que, apesar dos progressos da medicina em relação ao tratamento do câncer, a doença continua sendo muito temida e assustadora tanto para homens quanto mulheres.
Além disso, quando uma doença como essa afeta a saúde de alguém, as mudanças no corpo, na rotina e nos planos futuros trazem um impacto emocional importante para o paciente e familiares, principalmente quando recebem o diagnóstico. “É importante que o paciente não se veja como vítima da doença, porque toda vítima tende a se enfraquecer. Tornar-se um participante ativo do seu tratamento e buscar pela cura certamente proporciona mais leveza ao processo”, alerta Patrícia.
O suporte psicológico é importante também na fase pós-tratamento, pois nesse período é comum aparecerem sentimentos como ansiedade, insegurança frente ao recomeço e até o medo constante de retorno da doença. Poder falar sobre essas questões em um ambiente seguro é fundamental para que a recuperação seja mais tranquila e agradável.
Conforme Patrícia, sentimentos de angústia e tristeza podem permear as diversas etapas do tratamento, pois é natural sentir medo diante dessas situações desconhecidas e dos efeitos colaterais advindos de todo o processo. “Precisamos considerar que todo esse processo é único. Cada paciente carrega sua singularidade, cada um tem seu nível de enfrentamento e de resiliência para lidar com as dificuldades que enfrenta”, finaliza.
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