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O Pediatra Luiz Roberto Agea Cutolo esclarece as dúvidas mais comuns e destaca as principais medidas para evitar o contágio e garantir a proteção dos pequenos
A Covid-19 tem gerado uma série de dúvidas acerca de sintomas, cuidados e prevenção. São mais de 23 mil óbitos no Brasil e o número tem crescido a cada dia. Apesar desse cenário, a letalidade em crianças é baixa. No entanto, uma das maiores preocupações dos pais tem sido identificar os sintomas e esclarecer sobre os riscos e cuidados em relação às crianças.
Integrante da Clínica Pediátrica Medical Kids, o Pediatra Luiz Roberto Agea Cutolo é Professor associado do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Pediatra do Serviço de Pneumologia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão, especialista em Pediatria e Pneumologia Pediátrica e esclarece as principais dúvidas e destaca as principais medidas para evitar o contágio e garantir a proteção dos pequenos.
Conforme Cutolo, a Covid-19 apresenta, em geral, manifestações muito leves na infância, normalmente como uma doença assintomática. Conforme o médico, a criança pode ser portadora do vírus e mesmo assim não apresentar nenhum sintoma. O risco, nesse caso, é o da transmissão, especialmente para pessoas na faixa etária de risco, como os avós. O médico explica que os casos assintomáticos não são detectados no Brasil, somente quando ocorre ampla testagem aleatória, não sendo possível um mapeamento preciso. “O foco deve ser nos cuidados preventivos. Como ainda não temos vacina capaz de imunizar a população, as medidas de isolamento social ainda são as melhores opções”, detalha o médico.
As crianças podem apresentar quadros de sintomas leves, moderados, graves ou críticos. No quadro leve ocorre coriza, dor de garganta, pode apresentar febre ou não, nariz obstruído e tosse, sintomas restritos a nariz e garganta. Já nos casos moderados ocorre uma piora da tosse, mas ainda sem necessidade de oxigênio para respirar, que acontece nos casos graves. Em situações críticas ou muito graves, a criança apresenta além de uma manifestação respiratória, a necessidade de oxigênio e cuidados de terapia intensiva. Segundo Luiz Cutolo, os pais também devem ficar atentos aos sintomas de manchas pelo corpo, manchas na mucosa oral ou manifestações como náuseas e vômitos, que também podem ser sintomas da Covid-19.
A orientação é de que em casos de manifestações leves como resfriados, os pais devem manter as crianças em casa e procurar auxílio médico somente em casos moderados ou graves que mereçam a atenção médica supervisionada. Como a doença ainda não possui tratamento específico, a recomendação é para que sejam tomados os cuidados específicos para cada manifestação clínica. “Acerca do que se tem comentado sobre a Hidroxicloroquina, ainda não há estudos suficientes para que os indivíduos sejam tratados com esse medicamento. O remédio foi utilizado na Europa, mas como um teste, portanto ainda não é comprovado que ele traga benefícios nem para reduzir mortalidade e nem para impedir que a criança seja entubada”, afirma o médico.
Cutolo alerta para o risco em situações corriqueiras que envolvem contato físico, já que por não apresentar sintomas as crianças podem se configurar como agentes transmissores. “Por isso é fundamental que as crianças não estejam na escola nesse momento, para não ter contato e contágio. É essencial que as mãos das crianças sejam higienizadas com álcool em gel ou sabão, e que crianças acima de dois anos façam uso de máscara. Também indicamos que permaneçam em casa e só saiam em situações inevitáveis”, orienta Cutolo.
Crianças asmáticas devem manter tratamento
Conforme Cutolo existe uma máxima em pneumologia pediátrica na qual quem possui doença respiratória crônica está mais vulnerável ao Covid-19. No entanto, se a asma for controlada, o médico destaca que não é o cenário é controlável. “É fundamental que se mantenha o uso de medicações usuais de controle. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) é de que as crianças e demais indivíduos portadores de asma não abandonem o tratamento durante o período de Pandemia”, aponta.
O especialista destaca que além das medidas de cuidado geral, é fundamental que as crianças portadoras de asma realizem a vacina da Gripe (Influenza). “Ao estarem preocupadas somente com a Covid-19 podem deixar esse vírus de lado. A orientação é para que sigam as normas antigas e já conhecidas, pois os vírus respiratórios são os principais desencadeadores da crise”, afirma.
A orientação de Cutolo é para que os familiares permaneçam atentos ao padrão da tosse o momento que antecede a falta de ar. “É preciso estar atento para cuidar da criança antes mesmo que fique cansada. Ao surgirem os sintomas da asma como o chiado, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, detalha.
A constatação positiva do médico é a de que o isolamento utilizado para reduzir a Covid-19 acabou por reduzir a incidência de outros vírus como a infecção por Influenza A e B e os resfriados comuns. “Com o objetivo de reduzir a Covid-19, reduzimos todos os outros vírus”, aponta.
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