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Duas caçadorenses classificam-se no Concurso Nacional de Poesias

31/01/2020 às 14:18

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Duas escritoras de Caçador, Helga Walz e Alzira Salete Padilha, se classificaram no Concurso Nacional de Poesias (Poetize 2020) realizado no final de 2019. O objetivo do concurso foi a descoberta de novos poetas brasileiros. As poesias selecionadas serão publicadas em livro, que estará disponível a partir de fevereiro de 2020.

Helga Walz tem 83 anos e utiliza-se da poesia como forma de expressar seus sentimentos. Escritora há alguns anos, já participou de diversos concursos nacionais. É por meio das entrelinhas de cada verso que Helga consegue passar sua mensagem aos leitores, e o faz com extrema alegria. Transformou um sonho de criança em realidade, pois, sempre teve a escrita como companheira de vida.

Alzira Salete Padilha tem 64 anos e participou de um concurso de poesias pela primeira vez. Com um dom herdado do pai, que também gostava de escrever, iniciou as primeiras poesias no aniversário de 80 anos de Caçador, desde então, não parou mais. Para ela, poesia é vida, é desta forma que ela externaliza suas emoções. O fato de ler muito sempre a auxiliou na escrita, pois, é possível ter inspiração por meio dos livros já lidos.

"Parabenizamos as escritoras pela iniciativa, talento e por acreditarem que ainda podemos melhorar o mundo por meio de palavras, da escrita e dos livros", destacou o prefeito em exercício, Alencar Mendes.

Conheça a seguir as poesias classificadas:
 

A poesia é uma flor
Helga Walz

   
A poesia é como as flores
Na poesia tem perfumes e cores
Sem poesia não existo
Com poesia esqueço rancores

A poesia sempre me anima
Com poesia nado rio acima
Faço poesia desde menina
Distribuo poesia porque é minha sina

Hoje escrevo poesia
E amanhã espero poesia
Logo, rimo poesia
Gosto de quem faz poesia
Ainda, minha vida é poesia

Olhando para uma flor
Mentalizo poesia
Entre meio suas pétalas
Vejo sua grande magia

A poesia é uma cultura  
Difícil de se alcançar
Se a poesia tem perfumes e cores
Por que então não se aproximar?

A poesia é maravilhosa
Ela está em todo lugar
É no hino da igreja
Na música ela também está!

Nostalgia
Alzira Salete Padilha 

Está  tudo tão triste
Porque parou.
Parou de levar a produção,
Foi . . .
E  não mais voltou.
E agora?
Agora  é só poluição.

Guardo ainda na lembrança,
Seguia sempre apitando,
Para alegria das crianças,
Seu plac . . .plac. . .
Ia  cantando.

Corriam todos na janela,
Para ver o trem passar.
A paisagem era tão bela,
Que não era para acabar.

Andava bem devagarinho
Seu plac. . .  plac. . .
Ele cantava. . .
Do povo ganhava carinho,
Quanta carga ele levava.

Hoje, hoje ficou  a saudade.
Faz parte de nossa história,
Ele foi. . .  não  voltou. . .
Mas está em nossa memória.

Quem viu poderá não ver mais.
Essa geração não a conhece.
O povo quer que ele volte.
Caçador merece.

Se um dia quiser voltar,
Seu trilho ainda lá estará,
Cortando matas e cidades,
Esperando por ele passar.

Seu trilho está  bem velhinho.
Foi feito antes de Caçador,
Deixado ficou tão sozinho,
Vai morrer, não tem mais amor.

Esse trilho já serviu um dia,
Para a produção levar.
Já causou muita alegria,
Quando o trem ia passar.

Seu leito foi respeitado,
Por quem nele atravessou,
Nasceu no Contestado,
Quanto sangue nele derramou.

Pudera voltar de novo,
Na madrugada apitar.
Despertando todo o povo,
Que precisa ir labutar.

No Parque Central está Maria Fumaça.
Bem juntinho do Museu.
Trabalhava todos os dias,
Tanta alegria nos deu.

Uma Senhora aposentada,
Sua força não tem mais.
Dos vagões que ela puxava,
E por tudo que ela já fez. . .
A rainha do ferro,
Merece ser respeitada.
Símbolo Caçadorense,
Lembranças boas ela nos traz.

 

 

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