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Adelcio Machado dos Santos

A orientação educacional e o alunado (Segunda Parte)

15/08/2011

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Enquanto um grupo social, a escola possui uma função determinada dentro do todo a qual pertence, ou seja, a sociedade. Seus objetivos são apresentados a partir e em função desse todo. Isto, tanto de um ponto de vista imediato, em relação à necessidade de elementos especializados para cumprir determinadas funções que lhe são importantes, como de um ponto de vista mais remoto, relativo à sua história cultural (BICUDO, 1978).

Segundo Seemann (s.d., p. 23) uma das funções específicas do orientador educacional é “participar, junto à comunidade escolar, na criação, organização e funcionamento das instâncias colegiadas, tais como; conselho de escola, APP, grêmio estudantil e outros, incentivando a participação e democratização das decisões e das relações na unidade escolar”.

Com isto, a escola, como toda sociedade, desempenha uma função educadora sobre o educando por meio do próprio processo de socialização, quando ele está sujeito a assumir o papel-do-outro e do outro-generalizado, e quando se expõe a relacionamentos pessoais.

De acordo com Miguel (1975, p. 52) “O centro da orientação educacional é, naturalmente, o aluno. O aluno em todas as suas dimensões psicológicas e, especialmente, no que diz respeito à dimensão escolar vocacional”.

Dessa forma, os objetivos da orientação educacional estão diretamente relacionados à natureza desta atividade. De maneira geral, pode-se dizer que ela se firma a uma natureza explicitamente psicológica ou se firma a uma natureza mais pedagógica.

Entretanto, o conceito de orientação tem modificado muito no decurso dos anos. Mesmo depois de três decênios de crescente interesse pela orientação, ainda não tem unanimidade nas opiniões e na prática. Maior confusão decorre na divergência entre a teoria e os processos de uso (GRINSPUN, 1992).

Além disso, a descontinuidade e a falta de sistematização do trabalho do orientador educacional nas escolas é devido, por certo, à falta de consistência no entendimento pelos administradores educacionais de nível macro, sejam estaduais, sejam municipais, quanto a uma política educacional e de recursos humanos para a educação.

Portanto, em consonância com o magistério da lavra de Lück (1991, p. 35), “Estes têm deixado de tomar as medidas necessárias para que seja organizada a orientação educacional nos estabelecimentos de ensino, de forma que seu desempenho ocorra em caráter contínuo, conforme determinou a lei de diretrizes e bases da educação nacional”.

Todavia, o processo evolutivo da orientação educacional presume uma assistência continuada por parte do orientador. Ainda que a orientação educacional não se identifique com a orientação vocacional, contudo, a insere. De tal modo que uma orientação pedagógica completa, se não concluir numa orientação vocacional, não terá realizado seguramente os seus alvos, que é ser realmente orientado.

Por fim, obter resultados positivos na orientação educacional dos alunos e na descoberta da sua vocação, é um problema dos mais complexos que a psicologia pedagógica tenta resolver. Com isto, devem-se, pois, tomar todas as providências para que uma tal orientação e descoberta vocacional, sejam acertadas.

O centro de atenção máxima da escola é o aluno. A escola existe em função dele, e, assim, para ele. A sua organização, em qualquer dos seus aspectos, precisa ter em vista a consideração do fim precípuo a que a escola se destina, que é a criação de condições e de condições favoráveis ao bem-estar emocional do educando, a fim de que o mesmo alcance habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe admitem fazer face às necessidades vitais e existenciais.

Assim, a orientação educacional é uma área de ação pedagógica cuja necessidade de planejamento se torna ainda mais urgente, quando se demonstra a sua complexidade, dadas as suas múltiplas dimensões e seus múltiplos alcances. O risco de se perder direcionamento e especificidade é uma condição que pode ser controlada pelo orientador educacional, na medida em que esquematize, juntamente com os profissionais envolvidos, os trabalhos e metas a realizar.

Entretanto, o orientador educacional sempre deve colimar, para melhor compreender o comportamento dos alunos, especialmente na adolescência, os motivos especificamente importantes na determinação desses comportamentos, avultando a necessidade de escolhas complexas. (GIACAGLIO e PENTEADO, 2002).

Destarte, fica patente que aluno, assistido pela Orientação Educacional e seus recursos, pode desenvolver integralmente a sua personalidade.

Com isto, compete ao orientador educacional, com a ajuda dos demais educadores, o desafio de fazer da escola um ambiente adequado e agradável para todos e, principalmente, fazer dela uma instituição educativa, no sentido mais amplo do termo.


REFERÊNCIAS:

BICUDO, Maria Aparecida V. Fundamentos de Orientação Educacional. São Paulo: Saraiva, 1978.

GIACAGLIA, Lia Renata Angelini; PENTEADO, Wilma Millan Alves. Orientação Educacional na Prática: princípios, técnicas, instrumentos. 4 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

GRINSPUN; Mírian Paura Sabrosa Zippin. O Espaço Filosófico da Orientação Educacional na Realidade Brasileira. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1992.


LÜCK, Heloísa. Planejamento em Orientação Educacional. 10 ed. Petrópolis: Vozes, 1991.

MIGUEL, Godeardo Baquero. Métodos e Técnicas de Orientação Educacional. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1975.

SEEMANN, Vânio Cesar. Os Especialistas em Assuntos Educacionais e a Escola Pública de Ensino Fundamental. s.d.


 


 

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